30/09/2022 16:42,atualizado 30/09/2022 16:42
As consultorias da Câmara dos Deputados e do Senado Federal divulgaram, nessa quinta-feira (29/9), um documento que alerta para o menor valor de verba destinada à área da Saúde nos últimos 10 anos, previsto no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2023.
O projeto é elaborado pelo Ministério da Economia e detalha a proposta de todos os Poderes para os orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimentos das estatais para o próximo ano. Neste semestre, a peça foi encaminhada ao Congresso em agosto, mas ainda não foi votada pelos parlamentares.
Em 2023, a Saúde deverá receber R$ 146,4 bilhões. Em 2021, o montante foi de R$ 203,8. Segundo a nota técnica elaborada pela consultoria de orçamento, a queda será de cerca de R$ 16,6 bilhões. Em 2014, o valor foi de R$ 154,4 bilhões.
Para o detalhamento da comparação, os técnicos da Câmara e do Senado levaram em consideração as despesas apenas na “Função Saúde”, excluindo despesas com previdência e encargos especiais da pasta.
O documento ainda aponta que o investimento mínimo em Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS) é de pelo menos R$ 149,9 bilhões para 2023. Segundo a área técnica, o cálculo do valor do piso mínimo exigido leva em conta a inflação (IPCA) de 7,2% para 2022 utilizado no projeto.
Na peça elaborada ela Economia, o valor total de ASPS está R$ 39,4 milhões acima do mínimo. A rubrica também inclui as reservas feitas pelas emendas de relator.
“O total de ASPS programado no PLOA está apenas R$ 39,4 milhões acima desse piso, já incluindo R$ 19,6 bilhões em reservas específicas destinadas ao atendimento de emendas individuais, de bancada estadual com execução obrigatória e de relator-geral. Também estão incluídas na programação do Ministério, pelo segundo ano consecutivo, recursos destinados ao enfrentamento da pandemia de Covid-19 (R$ 3,9 bilhões)”, escreve a nota.
No entanto, as consultorias apontam duas ressalvas:
Nos anos de 2020 e 2021 as despesas com o setor aumentou devido aos gastos direcionados ao combate à pandemia de Covid-19. Em geral, os valores encaminhados ao Ministério da Saúde foram destinados à atenção primária ou hospitalar/ambulatorial relacionadas à pandemia. “Para 2023, contudo, o gasto proposto é o menor da série histórica em termos reais”, alerta a consultoria do Congresso Nacional.
A partir deste sábado, 1 de outubro, o documento do Executivo começa a receber emendas na Comissão Mista de Orçamento (CMO).
Veja os principais pontos do Projeto de Lei Orçamentária previstos para 2023:
O documento do Ministério da Economia foi encaminhado ao Congresso Nacional em 31 de agosto. A peça ainda deve ser votada pelos parlamentares.